12 de dez. de 2012

Jornal do Almoço
















Indiciada por formação de quadrilha, Rosemary tinha ação política, diz PF



O relatório do inquérito da Operação Porto Seguro, conduzido pela Polícia Federal (PF), indicia por formação de quadrilha a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, e dois ex-diretores de agências reguladoras. O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade ao relatório da PF, que no qual os indiciados também aparecem acusados de outros crimes.
Em 53 páginas, o delegado da PF Ricardo Hiroshi Ishida acusa, ao todo, 22 pessoas por sete crimes. Segundo ele, "a quadrilha" agia para obter "facilidades junto a órgãos públicos por meios ilícitos", cometendo "crimes de corrupção" para "atender interesses de empresários".
O relatório da investigação foi entregue à Justiça Federal na sexta-feira (8). Pelos trâmites, o inquérito deverá ser agora encaminhado para análise do Ministério Público Federal, que, com base na investigação, pode pedir novas diligências, arquivar o caso ou considerar o material suficiente para abrir uma ação penal contra as pessoas indiciadas. Não há prazo fixo para a apresentação da denúncia.
Ainda de acordo com o documento, Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas, tinha "a função de chefia".
O esquema funcionava assim, segundo o relatório: um empresário precisava de facilidades num órgão público onde Paulo tinha influência. Paulo acionava seus contatos, entre eles, seu irmão Rubens Vieira - diretor afastado da Agência Nacional de Aviação Civil - considerado o conselheiro da quadrilha. Os advogados Marco Antonio Martorelli e Patrícia Maciel ajudavam servidores públicos corruptos a escrever pareceres ou relatórios de interesse da quadrilha.
A PF chama tanto Martorelli quanto Patrícia de "testa de ferro jurídico". Marcelo Vieira, irmão caçula de Paulo e Rubens, era quem levava e trazia pacotes para fazer depósitos em dinheiro. Também no nome dele eram registrados imóveis e outros bens. Para a PF, Marcelo atuava como laranja. O grupo criminoso pedia ou oferecia vantagens indevidas para funcionários públicos, como o "pagamento de viagem de navio".

Atuação política

 O relatório destaca ainda a atuação da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, como um braço de influência política na estrutura da quadrilha. Inicialmente, ela foi indiciada por tráfico de influência, corrupção passiva e falsidade ideológica. Mas, ao analisar o material apreendido no escritório da presidência, o delegado da Polícia Federal decidiu indiciá-la também por formação de quadrilha.
De acordo com a PF, Rosemary mantinha em seu escritório, documentos referentes à Ilha de Bagres, uma área de proteção ambiental no litoral de São Paulo, onde o empresário e ex-senador pelo PMDB, Gilberto Miranda, pretendia construir um porto. Miranda está entre os indiciados. Ele nega envolvimento com esquemas de corrupção e favorecimento ao grupo.
Os investigadores também encontraram recibos que mostram que Paulo Vieira pagou o aluguel da sala onde funciona a New Talent - construtora da família de Rosemary.
Em um e-mail do ultimo dia 19, em que Rosemary pede a Paulo o empréstimo de 650 em dinheiro, para o pagamento de um apartamento. Na mesma mensagem, ela agradece a Paulo pela compra da casa de SJC. A polícia não esclarece o que significa essa sigla, nem onde fica esta casa.

Outro lado

 Em sua única manifestação sobre o caso, Rose, como é conhecida, negou ter praticado tráfico de influência e corrupção e disse que nunca fez nada "ilegal, imoral ou irregular" quando ocupava o cargo.
O advogado de Rosemary Noronha disse que o indiciamento dela é improcedente - e baseado em premissas equivocadas. A defesa de Paulo Vieira declarou que não há hipótese de o cliente dele ter chefiado quadrilha - e que vai esclarecer os fatos no momento oportuno.
Os advogados de Marcelo Vieira, de Marco Antonio Martorelli e de Gilberto Miranda disseram que ainda não conseguiram examinar o relatório. Já a defesa de Rubens Vieira e de Patricia Maciel preferiram não se manifestar.
A operação envolveu 180 agentes nas cidades paulistas de Cruzeiro, Dracena, Santos, São Paulo e em Brasília. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em São Paulo e 17 na capital federal. De acordo com a PF, o grupo cooptava funcionários de segundo e terceiro escalões para obter pareceres fraudulentos, a fim de beneficiar empresas privadas.


Guerrero marca, Timão segura pressão e está na final do Mundial

Guerrero comemora gol do Corinthians contra Al Ahly Mundial (Foto: AFP)

Tite passou meses quebrando a cabeça para escolher o parceiro ideal de ataque para Emerson no Mundial de Clubes. Foram inúmeros jogos e treinos até concluir que o nome era Paolo Guerrero. Nesta quarta-feira, o peruano comprovou que o treinador estava certo. Em um Pacaembu improvisado no Toyota Stadium, o centroavante fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Al Ahly, do Egito, e colocou o Corinthians na decisão de domingo. Uma vitória muito mais sofrida do que se podia imaginar logo no primeiro jogo da competição. E pensar que Guerrero chegou ao Japão como dúvida: ele sofreu uma lesão no joelho direito na última rodada do Brasileirão, dia 2, e corria risco de não jogar.
A atuação corintiana esteve longe de empolgar a torcida alvinegra, esmagadora maioria entre os mais de 31 mil presentes ao estádio, como na campanha do título da Libertadores. O que se viu foi uma equipe nervosa, como há muito tempo não se via. O Timão cometeu erros em todos os setores e, por muito pouco, não se complicou diante de um adversário inferior tecnicamente.
Guerrero foi o toque de calma que o Alvinegro não teve. Bem marcado, o grandalhão dono da camisa 9 apareceu poucas vezes, mas, na única chance, escapou do bloqueio egípcio para aproveitar de cabeça um passe precioso de Douglas e garantir a vaga.
O Corinthians espera agora pelo adversário na decisão. Chelsea, da Inglaterra, e Monterrey, do México, se enfrentam nesta quinta-feira para decidir quem avança. A decisão está marcada para domingo, às 8h30m (de Brasília), em Yokohama.

Sem pressão, com Guerrero
O Corinthians fez no início da partida o contrário do que treinou no Japão nos últimos dias. A marcação por pressão no ataque, arma mortal na conquista da Libertadores, foi deixada de lado em troca de um ritmo bem mais cauteloso nos primeiros minutos, postura que deixou apreensivo o grande número de torcedores alvinegros no estádio.
O Al Ahly também foi diferente do que mostrou na suada classificação contra o Sanfrecce Hiroshima, do Japão. A defesa, ponto fraco na estreia, se fortaleceu com um esquema tático para proteger os zagueiros e impedir jogadas de confronto direto com eles. Defender foi o máximo que fizeram. Na frente, pouca qualidade técnica à espera de um vacilo corintiano.
A dificuldade foi tanta que o Corinthians só conseguiu chutar a gol aos nove minutos, com Douglas batendo rente à trave direita de Ekramy. O armador e o volante Paulinho alternaram as posições em busca de espaços, mas não foram produtivos. Isolados, Emerson, Guerrero e Danilo quase não tiveram chance de superar a pesada e, em alguns momentos, violenta marcação.
O Timão teve pequeno crescimento quando o técnico Tite passou Emerson para o lado direito e Danilo para o esquerdo do ataque. A equipe conseguiu prender a bola por mais tempo no campo ofensivo e, consequentemente, acionar Guerrero mais vezes. Na única chance, o gol. Da cabeça do peruano veio o desvio certeiro no canto direito do goleiro após bola levantada por Douglas: 1 a 0, e Corinthians mais calmo até o intervalo.

Sufoco egípcio
A esperança da Fiel em ver um time mais solto na etapa final ficou no intervalo e encheu de sofrimento os minutos até a classificação. O Corinthians voltou a campo cometendo os mesmos erros e, para piorar, viu o adversário se arriscar mais vezes no ataque, sobretudo depois que o ídolo Aboutrika entrou substituindo Said.
Com mais trabalho, a defesa do Corinthians mostrou falhas e permitiu que os egípcios crescessem. O empate quase surgiu em dois vacilos do setor. Primeiro, Rabia, por muito pouco, não acertou o ângulo esquerdo de Cássio após vacilo de Chicão. Em seguida, Fathi invadiu a área, às costas de Fábio Santos, mas finalizou pelo lado de fora da rede.
Tite buscou alternativas para melhorar o desempenho e tirar o Corinthians da pressão. Romarinho e Jorge Henrique entraram nas vagas de Emerson e Douglas, respectivamente, para ajudar na marcação e dar força ao contra-ataque. Nada, porém, deu certo. Paulinho apareceu duas vezes em condições de finalizar na área rival, mas demorou a chutar.
A angústia tomou conta da torcida nos últimos minutos. Os ponteiros se arrastavam. Apesar dos cânticos de incentivo, o Corinthians não conseguiu controlar o jogo. Desgastado, o Al Ahly perdeu parte do ímpeto de sufocar para alívio do Timão. Vitória sofrida de quem precisará melhorar para ser campeão.


Ao deixar prisão em Goiás, Carlinhos Cachoeira promete fazer revelações

Carlinhos Cachoeira deixa Complexo Prisional em Aparecida de Goiânia, Goiás (Foto: Adriano Zago/G1)

O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, prometeu fazer revelações sobre a sua relação com políticos e autoridades. Ao sair do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na noite desta terça-feira (11), ele afirmou que pedirá autorização do seu advogado para falar o que sabe. “Agora eu acho que vou falar realmente. O PT sabe que eu sou o Garganta Profunda do PT”, disse, referindo-se ao escândalo de espionagem Watergate, que estourou em junho de 1972 e culminou com a renúncia do então presidente americano Richard Nixon.
O bicheiro afirmou que gostaria de falar ainda na quarta-feira (12) e criticou o relatório da CPI do Cachoeira: “Amanhã tem relatório final da CPI e vou falar também de alguns personagens que a Delta [construtora] tem diretamente participado na vida deles, que hoje estão na CPI e fazendo um relatório totalmente sem escrúpulo”.
Beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na tarde desta terça-feira, ele acha que a justiça foi feita. “Aliviado vou ficar na hora que este processo estiver trancado. Ele realmente vai ser trancado porque as provas são todas colhidas ilegalmente”, acusa.
Procurado pelo G1, o advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões, não atendeu às ligações.
O advogado Cléber Lopes de Oliveira, do escritório responsável pela defesa de Cachoeira, informou que seu cliente recebeu a notícia de que seria solto com tranquilidade. Ele chegou ao Núcleo de Custódia por volta das 16h30 para acompanhar a soltura do contraventor. No mesmo horário, o oficial de Justiça entrou no presídio, mas Cachoeira só deixou a prisão às 18h50.
Cachoeira estava preso desde o último dia 7, após ter sido condenado a 39 anos de prisão por peculato, corrupção ativa, violação de sigilo e formação de quadrilha. Inicialmente, ele ficou detido na sede da Polícia Federal, na capital goiana, e foi transferido, no dia seguinte, para o Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia.
As acusações contra o bicheiro são relativas à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou um esquema de jogo ilegal comandado por ele.

Obrigado pela audiência !

Fonte- G1
http://g1.globo.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário