Lula passou dos limites, diz Erundina sobre foto de ex-presidente com Maluf
Deputada deixou candidatura após aliança
Depois de desistir da candidatura de vice do petista Fernando
Haddad em São Paulo em razão da aliança do petista com o deputado federal Paulo
Maluf (PP-SP), a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), em conversa com jornalistas
nesta quarta-feira (20), disse que a aliança entre PT e PP na disputa pela
Prefeitura de São Paulo foi "um preço alto por uma coisa muito pequena".
De acordo com informações da Folha, quando foi perguntada se o
ex-presidente Lula passou dos limites ao tirar foto com o deputado Paulo Maluf (PP-SP), seu adversário
político, a deputada disse que sim.
Para a deputada e a liderança do PSB, a aliança com o partido
de Maluf poderia ter sido firmada de forma institucional e não expressa na
figura do deputado, inimigo histórico de Erundina, do PSB e do PT. Ainda segundo
a Folha, Erundina disse que sabia das conversas entre petistas e pepistas, mas
que foi surpreendida com a presença do ex-presidente Lula na feijoada que selou
a aliança, na casa de Maluf.
Apesar de ter afirmado que não ficou magoada com Lula, Erundina disse que a negociação com o PP poderia ter sido feita de outra forma e avaliou que a presença de Maluf no palanque do candidato petista vai trazer prejuízos para o partido do ex-presidente.
Para o PSB, a aliança com o partido de Maluf poderia ter sido firmada de forma institucional e não expressa na figura do deputado

Apesar de ter afirmado que não ficou magoada com Lula, Erundina disse que a negociação com o PP poderia ter sido feita de outra forma e avaliou que a presença de Maluf no palanque do candidato petista vai trazer prejuízos para o partido do ex-presidente.
Para o PSB, a aliança com o partido de Maluf poderia ter sido firmada de forma institucional e não expressa na figura do deputado
A aliança Lula x Maluf esteve durante todo a segunda e ontem entre os mais comentados da rede social Twitter. Em sua conta, a atriz Luana Piovani foi uma das teclas mais enfáticas nas críticas. “O que é o Lula dando a mão pro ladrão sem provas do ano?!?! Meu Deus, que vergonha, que falta de caráter... tudo pelo poder, pelo conchavo. Será que dá para ele cuidar da saúde dele e deixar a nossa em paz? Porque eu fico doente com isso. Eu realmente estou embasbacada com a falta de compromisso dele com o povo, com a honestidade”, desabafou.
A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, Marina Silva,
saiu aplaudida após discurso em um evento relacionado à Cúpula Rio+20, ontem,
quando tratou do tema. “Eles acreditam que só existe a política do pragmatismo,
acreditam que vale misturar água e óleo apenas para ganhar mais tempo na
televisão sem nem saber sobre o que propor”.
O governador Jaques Wagner (PT), que aqui na Bahia já aliou-se
com ex-adversários históricos – como com o seu atual vice, Otto Alencar (PSD) –
reconheceu o estranhamento com a aliança
eleitoral Lula-Maluf, mas minimizou as críticas.
Contradições
“Evidentemente eles têm uma história até contraditória com a nossa, mas as coisas estão tão distantes que é preciso superar. Tem um político velho que diz que não existe nada impossível na política. Acho que a foto tem o objetivo de ter o apoio do PP a Haddad, mas não acho que seja uma foto normal. É a convivência democrática, e como estamos na Rio+20, não devemos exterminar nenhuma espécie", disse Wagner ontem, em entrevista no Rio de Janeiro.
O deputado federal Zezéu Ribeiro, um dos fundadores do PT
baiano, também contemporizou. “A gente tem que distinguir as pessoas e os
partidos. Temos que fazer aliança que assegure a implementação do projeto”. O
petista foi incisivo, porém, quanto o assunto foi a polêmica foto. “Acho uma
precipitação ter ido à casa do Maluf. Dificulta para a população a compreensão
do processo político”, opinou.
Aliança não deverá somar, diz especialista
Para o cientista político Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), as coligações eleitorais em geral visam atingir dois objetivos: reunir partidos com afinidade ideológica ou alcançar outra faixa do eleitorado. “No caso de Maluf, as duas condições não se parecem realizar. Não há afinidade ideológica e Maluf não tem cota de votos que justifique”, afirma.
A única benesse da aliança, explica, seria o tempo de TV na
propaganda eleitoral gratuita. Apesar da repercussão negativa da coligação e do
impacto da foto, Gomes acredita que o fato não deverá ser explorado pelos
opositores, porque estes também negociaram com o PP e realizaram alianças
fisiológicas na montagem de suas chapas.
@Antony_Carlos (Twitter)
Obrigado pela audiência

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