
Saturday Not Live
O programa do Rafinha tem que ser gravado pois foram ditos muitos palavrões ao vivo. Isso às 20h em um domingo quando toda a família está na sala é complicado para a imagem da rede. Tenho idade para aceitar a forma de expressão usada, mas lembrei-me do caso em que todos estão assistindo. Se tiver crianças com 6 anos, como justificar tais expressões? Acrescentemos avós, vizinhos, amigos, tudo isso tem que ser levado em conta durante a produção para a tv. No teatro é diferente, quem está lá sabe o teor do espetáculo, entrou por que quis, por gostar, para se divertir aproveitando a liberdade de expressão. Na tv, ainda mais sendo aberta, não. Há um formato básico que evita dores de cabeça na justiça e desconforto em quem assiste.
Novamente a emissora se vê obrigada a gravar Rafinha. A Band também apresentou esta solução. Com isso podem adequar ao público sem nos privar da intenção de jogar a realidade sem grandes subterfúgios. Precisamos de gente como ele, as emissoras tem que o manter e estão tentando. A Band solucionou o problema tirando o humorista da bancada e o fazendo trabalhar em campo, gravado, para filtrar os exageros. A Redetv deu mais uma chance para a linguagem ácida dele, recebeu em troca o mesmo retorno: Vou falar o que quero e ponto final.
Queremos isso, Rafinha, precisamos acabar com a breguice de fazer humor ingênuo, mas tv aberta é limitada, necessida um apurado freio verbal. Revelar verdades, sim. Com criatividade podemos chegar lá, mas necessariamente deve ser obedecido algum padrão. Todo o restante que não pode ser dito na telinha, jogue no palco, no livro, em dvds. Tv Fome tem que ser mostrado, ali vemos o quanto é ridículo falarmos sobre subcelebridades em detrimento da nossa realidade. É deboche útil. Diversos quadros do seu programa são importantes para derrubar esta barreira do politicamente correto, que nos torna servis e abobalhados, porém, ao vivo, não dá. Sua criatividade não pode ter freios, mas a tv aberta exige isso.
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